O encontro tem o objetivo de reunir a rede BISC para tratar sobre tendências e desafios acerca do investimento social corporativo

Crédito da Imagem: Acervo Comunitas

Na tarde da última sexta (30), a Comunitas realizou a segunda edição do Grupo de Debates da Rede BISC reunindo diversas empresas para tratar do tema de Monitoramento e Avaliação de projetos na área do investimento social corporativo, como Serasa Experian, Santander, Vale, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, B3 Social, Instituto Neoenergia e Instituto Votorantim. 

Patricia Loyola, diretora de Gestão e Investimento Social da Comunitas, abriu o encontro, salientando a importância de momentos como esse para trocas de experiências entre o grupo, bem como o papel da rede BISC. “O desafio é encontrar o foco nos processos e fortalecer o papel do BISC como rede de aprendizado, promovendo mais encontros como esse, trazendo temas emergentes para o grupo e servindo como uma ponte de valor, preenchendo lacunas não atendidas por eventos públicos”.

João Morais, Coordenador de Projetos do BISC,enalteceu a rede como uma importante comunidade de aprendizado e conhecimento. “A proposta é focar em práticas replicáveis para que todos possam levar algum aprendizado e enxergar possibilidades de aplicação no ambiente de vocês”.

Como palestrantes, foram convidados a Analista de Investimentos Sociais da B3 Social, Julia Salem, que abordou como a organização faz o monitoramento de cada projeto financiado por eles; e o Analista Sênior de Projetos Sociais do Instituto Votorantim (iV), Rafael Art, que discorreu sobre as estratégias usadas por sua instituição para selecionar ações de investimento social, bem como o passo a passo do desenvolvimento e implementação de cada programa.  

Monitoramento de projetos e gestão de indicadores na B3 Social

Julia Salem foi a primeira a fazer sua apresentação, contando a experiência da companhia na temática. Ela lembrou que, desde 2019, a organização tomou uma nova frente focada em integrar e coordenar projetos de investimento social privado e voluntariado, tendo como grande foco a área de Educação.

Dentre os principais desafios elencados por Julia, estão: muitos projetos (120 sendo trabalhados só esse ano), iniciativas com modelos de atuação distintos, cronograma e tempos de entrega variados, equilíbrio entre padronizar e manter a individualidade de cada programa. 

Para encontrar solução para esses desafios, a B3 buscou segmentar o monitoramento de projetos em pilares de impacto. “Passamos a dividir os processos entre os pilares de indivíduo, comunidade e sistema, a depender das temáticas”, explicou.

Em Indivíduos, são trabalhadas ações que visam impacto em pessoas, como, por exemplo, desempenho escolar e aconselhamento do aluno para evitar a evasão escolar. Já no pilar de Comunidade, o objetivo é perceber como a ação traz melhorias para uma localidade, ou como a população pode contribuir para ser a solução do desafio. Tomando o por base a questão da evasão escolar, promover maior integração entre a comunidade e a escola tem se mostrado uma medida eficaz no enfrentamento do problema. No eixo de Sistema, a B3 se atém à atuação direta em políticas públicas, com foco em escala, como apoiar programas de transferência de renda vinculados à permanência escolar

Dessa forma, a companhia consegue evitar comparações entre mais um projeto de educação por esporte, com projetos de advocacy. “Assim, buscamos, como financiadores, não olhar para cada projeto separadamente, mas também olhar como impacto consolidado. Buscando equilibrar, por meio de avaliação de recursos”. 

Dentre os principais itens de monitoramento, estão o cumprimento de metas de cronograma estabelecidos em contratos, relatórios periódicos e reuniões regulares de acompanhamento.

Instituto Votorantim: da demanda ao projeto 

Por sua vez, Rafael Art abordou como funciona a estratégia da organização para selecionar projetos de investimento social, que podem ser ações vinculadas a programas desenvolvidos pelo iV, incentivados, projetos locais e de meta organizacional – podendo ser realizados ou não com apoio de parceiros técnicos.  

Quando um novo projeto é selecionado, o iV o desenvolve seguindo três etapas principais: 

• Planejamento – que envolve encontros de atuação social, seleção de parceiros técnicos para sua execução, pactuações de metas e kickoffs. 
• Execução e Monitoramento – que envolve visitas do Instituto a campo, ajustes de rumo do escopo, apresentação em reuniões de governança e recebimento e desembolso de recursos; 
• Encerramento – que envolve avaliação de resultados e de impactos. 

Grupo de Debates

O Grupo de Debates trata-se de encontros periódicos promovidos pela equipe do BISC junto às empresas da Rede. O objetivo é fomentar espaços de reflexão acerca dos caminhos e desafios dos investimentos e ações sociais realizados pelos membros do grupo. 

A premissa por trás desses encontros é reunir os integrantes do BISC para fortalecer a Rede com espaços de aprendizado entre pares, além de aprimorar a pesquisa enquanto ferramenta que, por meio do conhecimento empírico coletivo e teórico, é capaz de avaliar e apoiar o direcionamento dos investimentos sociais das corporações integrantes da pesquisa.

Quer ficar por dentro de todas as novidades do BISC? Assine a nossa Newsletter agora mesmo!