Confira 3 dicas para mensurar o fator S do ESG

Medir e acompanhar o impacto social das ações da empresa é essencial para a transparência e o aperfeiçoamento contínuo

Crédito da Imagem: SafeSpace

O fator S (Social) do ESG abrange uma ampla variedade de eixos de atuação, desde políticas de direitos humanos, saúde mental, diversidade, equidade e inclusão na força de trabalho e em posições de lideranças, relações com a comunidade e investimento social privado. Dessa forma, as empresas enfrentam um grande desafio ao tentar incorporar as questões sociais no cerne de suas estratégias de negócios. 

O desafio é ampliado pela ausência de padrões para mensuração de fatores S a nível global e pela cobertura inconsistente que os provedores de dados conferem à agenda. Como o S responde muito a fatores qualitativos, há dificuldades na construção de consensos devido a especificidades de cada sociedade e aspectos ideológicos. Isso leva a inconsistências da cobertura de fatores S por provedores de dados e a ausência de padrões de relato das atividades pelas empresas.

Esta é uma questão a ser resolvida de forma coletiva, com participação da sociedade civil, órgãos reguladores de mercado e empresas de vanguarda para liderar a implementação pelo setor corporativo. No entanto, cada empresa precisa implementar sua própria agenda de mensuração de seus fatores S materiais. Para isso, a prática de monitoramento e avaliação de projetos sociais e mesmo de políticas públicas já sugerem um conjunto de boas práticas bastante pertinentes para a atuação corporativa no S. 

Elaboramos três dicas importantes para apoiar as empresas na implementação dessa inteligência de dados e aperfeiçoar a gestão ESG. Confira a seguir!

Dica 1 – integre fatores S à estratégia do negócio

Incorporar os aspectos sociais nas decisões e operações comerciais, alinhando as práticas empresariais com objetivos sustentáveis e responsáveis, é fundamental para que os indicadores S tenham relevância para a empresa e seus stakeholders. Mais do que adotar práticas sociais para responder a pressões externas ou ficar em conformidade com exigências regulatórias, é essencial que cada empresa reconheça as temáticas sociais que são materiais ao seu negócio e, em seguida, estabeleça um plano consistente de coleta e monitoramento de indicadores efetivamente relevantes para os tomadores de decisão

O Investimento Social Corporativo (ISC) ganha papel particularmente estratégico para empresas que possuem fortes relações com as comunidades do entorno ou que buscam posicionamento mais firme no enfrentamento aos desafios sociais de um território. O ISC dota a empresa de inteligência social para uma atuação mais consistente em temáticas S de diferentes naturezas, oferece indicadores de monitoramento bastante objetivos e potencializa o retorno ao negócio, via melhoria da relação com as comunidades, ganhos de reputação, acesso a novos mercados, etc.

Dica 2 – organize os dados operacionais e estabeleça rotina de coleta de indicadores

A criação de rotinas de coleta de dados é fundamental para mensurar o impacto social de forma eficaz e consistente. O relatório BISC 2023 destacou, em seu capítulo 4, experiências e metodologias com alto potencial de replicabilidade e enfatizou processos como o desenvolvimento de indicadores, coleta de dados, envolvimento de stakeholders e metodologias de baixo custo. 

A rotina de levantamento de dados é um fator que aparece com força em duas experiências da Rede BISC que foram apresentadas em Grupo de Debates, fechado para empresas apoiadoras, cuja sistematização foi realizada no Relatório BISC conforme descrito acima. 

Desta rotina, se deriva a capacidade de realizar correções de rumos e aperfeiçoamentos em direção ao impacto pretendido. As experiências também mostram que a condução de planos de monitoramento e avaliação também devem ser instrumentos de articulação entre os atores e transmissão de conhecimento.

Dica 3 – estabeleça indicadores relevantes e objetivos

É recomendado que painéis de indicadores para monitoramento sejam simples e focalizados em seus objetivos, o que leva ao estabelecimento de poucas métricas de resultado que estejam intimamente relacionadas às práticas e atividades que são desempenhadas pela empresa. O foco e a simplicidade também tendem a contribuir com uma comunicação mais efetiva aos tomadores de decisão e stakeholders.

O Guia de Avaliação de Impacto Socioambiental, do Insper, identifica os seguintes atributos de bons indicadores:

  • São relevantes em termos de geração de impacto, ou seja, representam resultados altamente desejáveis pela empresa e stakeholders;  
  • São diretamente afetados pelas ações implementadas por políticas ou projetos da empresa, ou seja, medem resultados que estejam dentro do controle dos executivos das políticas ou projetos; 
  • São medidos e verificados com precisão, ou seja, existe uma preferência por métricas baseadas em informações objetivas em detrimento de indicadores subjetivos com alto potencial de erro de medição ou manipulação; 
  • São de baixo custo de medição, principalmente no que se refere à coleta de dados, sendo esse um atributo importante para que o indicador seja de fato monitorado ao longo do tempo.

Indicadores do Investimento Social Corporativo têm bastante potencial de oferecer parâmetros S que atendam às condições acima. Os recursos são destinados para a geração de impacto em temas e comunidades que são materiais e relevantes para a empresa, as lideranças possuem capacidade de gestão sobre o recurso e sua aplicação é medida com bastante objetividade e precisão a partir de dados de baixo custo de coleta.

Ainda há muitos desafios no que se refere ao recebimento de dados por organizações da sociedade civil que executam os projetos e, ainda mais, referentes à construção de indicadores que medem a efetiva transformação na vida da população beneficiária. Essa é uma agenda mais ampla e complexa, mas que requer justamente o atendimento de pré-requisitos como os mencionados aqui para que a pauta avance.

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