IDIVERSA B3 é o décimo índice da família de indicadores ESG da B3
*Texto escrito por Regina Esteves, diretora-presidente da Comunitas
É irrefutável que temos que falar em políticas públicas quando tratamos de
mudanças, de transformação, de desigualdade. Mas as melhorias e as boas
notícias também podem e devem vir do setor privado, do mundo corporativo e
do investimento social. E às vezes elas chegam. Como aconteceu nessa semana,
com a criação de um novo índice da B3 que reúne 75 empresas que se destacam
em diversidade no Brasil.
Primeiro do tipo em toda a América Latina, o IDIVERSA B3 leva em conta
informações relacionadas à raça e gênero em seu quadro de colaboradores. Foi
criado para promover maior representatividade de grupos sub-representados no
mercado e para reforçar a estratégia de liderar a agenda ESG. É o décimo índice
da família de indicadores ESG da B3.
O índice passou a valer nesta terça-feira (15), com uma carteira contendo 79
ativos de 75 empresas, abrangendo dez setores econômicos. Para a sua
construção foram coletados dados públicos disponíveis no Formulário de
Referência (FRe), já que o documento é um requisito anual para empresas de
capital aberto.
Talvez não seja uma má hora para lembrar de um estudo feito pelo ID_BR
(Instituto Identidades do Brasil) sobre o impacto da diversidade no mercado de
trabalho, que já mostrava um aumento na produtividade das empresas entre
2010 e 2019. De acordo com o levantamento, para cada 10% de aumento na
diversidade étnico-racial, observou-se um incremento de quase 4% na
produtividade das empresas. Além disso, para cada 10% de elevação da
diversidade de gênero, verificou-se um acréscimo de quase 5% na produtividade
das empresas.
O ganho em produtividade se dá devido aos seguintes fatores:
- melhorias no nível de bem-estar predominante entre as pessoas na
organização;
- composição de quadros com competências e habilidades mais
diversificadas;
- melhorias no clima organizacional que atuam na potencialização da
performance dos/as profissionais;
declínio do turnover, ou seja, da rotatividade de profissionais nos times
das empresas;
O levantamento já chamava a atenção para o fato de que os esforços e
investimentos das empresas em prol da diversidade e inclusão podem fazer
grande diferença não somente para uma sociedade mais justa e equitativa, mas
também na otimização da performance mercadológica das organizações em um
sistema econômico que se mostra cada vez mais competitivo e dinâmico, o que
só se reforça com a criação do novo índice.
Que o IDIVERSA prospere. Que cumpra seu objetivo de se tornar uma outra
forma de a B3 incentivar empresas a promover melhores práticas e de fornecer
produtos inovadores que as incentivem a avançar em direção à
representatividade!
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