A importância da parceria entre o esporte e a responsabilidade social corporativa

A imagem mostra uma criança em um campo de futebol, uniformizada, fazendo embaixadinha com a bola ao pôr do sol

O esporte tem um papel social fundamental para o enfrentamento das desigualdades no país. Ao promover um senso de propósito a jovens de baixa renda, a prática desportiva traz inúmeros benefícios, afastando adolescentes de diversas vulnerabilidades sociais.

Levando esse olhar em consideração, as empresas e/ou seus institutos e fundações têm um importante papel no fomento ao esporte, podendo aportar recursos em projetos que buscam incluir socialmente jovens por meio da prática desportiva, seja por meio de incentivos fiscais, ou recursos próprios. 

A seguir, confira a importância do esporte para a sociedade e como as empresas têm aportado recursos no setor nos últimos anos:

O papel social do esporte

A prática de atividades físicas traz diversos benefícios, sejam eles individuais ou coletivos. Além das vantagens à qualidade de vida de quem pratica, o esporte permite que o atleta desenvolva competências socioemocionais importantes para si mesmo e para a comunidade que o cerca. 

No âmbito escolar, o esporte aumenta a capacidade cognitiva de crianças e jovens, gerando cooperação e socialização entre os estudantes, além de potencializar as aprendizagens em sala de aula. Outra vantagem é ocupar o tempo ocioso de diversos alunos após o horário escolar, evitando que os mesmos sejam expostos a situações de vulnerabilidade e risco para a violência. 

O esporte também funciona como instrumento de inclusão social, visto que todos, sem distinção, podem praticar atividades desportivas – mesmo os portadores de alguma deficiência ou aqueles que são acometidos por lesões. Nesses casos, a prática é aconselhada até como tratamento médico. 

A integração social, por meio da prática esportiva, consiste em transpor barreiras, sendo a primeira delas consigo mesmo – que vai proporcionar autonomia, autoconfiança e independência, e a segunda é a integração com a sociedade. 

Como a iniciativa privada pode ajudar?

Para além da instância de governo, o investimento social corporativo pode ser uma contribuição importante. Como em muitos outros aspectos da sociedade, as empresas também podem abraçar a causa e se tornarem atores responsáveis pela valorização da cultura do esporte no país. 

Ao destinar uma parte dos seus impostos devidos para projetos sociais na área do esporte, é possível fomentar tanto a revelação de novos atletas como apoiar os competidores em ascensão.

De acordo com o Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC), pesquisa realizada anualmente pela Comunitas com o objetivo de apoiar empresas e/ou seus institutos e fundações na prática da responsabilidade social corporativa, no triênio de 2019 – 2021, notou-se que o aporte de incentivos fiscais teve um aumento considerável na área de esporte.

Outra forma de contribuir com o fomento do esporte no país é aportando recursos para organizações do terceiro setor, que desenvolvem ações visando a inclusão social de crianças e adolescentes por meio do esporte, ou até mesmo financiar projetos próprios. 

Nos anos de 2017 a 2020, por exemplo, o BISC observou uma tendência crescente do apoio de empresas à execução de projetos desenvolvidos por organizações da sociedade civil (OSCs). A pesquisa apontou que houve um salto de cerca de 600 OSCs apoiadas, tanto por empresas quanto por seus instituto/fundações, em 2019, para 2.056 em 2020, sob influência da pandemia. Houve, ainda, um aumento significativo nos repasses a estas organizações: de R$ 500 milhões para R$ 1,9 bilhão.

Com o término da crise sanitária, entretanto, as parcerias entre o setor corporativo e as organizações do terceiro setor também sofreram modificações. Em 2021, o número de entidades envolvidas por empresas na execução de seus projetos caiu para 795, ainda acima dos patamares pré-pandêmicos. O volume aportado nessas parcerias foi de R$ 283,3 milhões, ou 7% do ISC, percentual muito abaixo de 2020, porém é possível afirmar que essa informação está subestimada pelo não recebimento dos dados de algumas organizações da Rede BISC. 

 Lei de Incentivo ao Esporte

A Lei de Incentivo ao Esporte é uma modalidade de incentivo fiscal, oferecida pelo governo federal, que permite que pessoas físicas e jurídicas direcionem uma parte dos seus impostos devidos para o fomento de projetos esportivos e paradesportivos, levando em consideração a importância do esporte para a formação do cidadão e dos benefícios para a sociedade como um todo.

Enquanto a pessoa física pode deduzir até 6% do seu IR devido, a pessoa jurídica, cuja tributação está baseada no Lucro Real (conforme explicamos no artigo “A importância dos incentivos fiscais”), pode deduzir até 1% dos seus impostos. 

No caso das pessoas jurídicas, o benefício não compete com outros incentivos fiscais, o que significa que essa modalidade de renúncia fiscal é exclusiva para a área desportiva nacional.

De acordo com os dados da pesquisa BISC 2022, os investimentos sociais incentivados registraram o maior volume da série histórica da Rede BISC, atingindo R$ 1,158 bilhão – o que representou 29% dos investimentos sociais realizados pelas organizações da Rede BISC e o maior percentual da série histórica. 

Enquanto a Cultura ainda responde pela maior parcela dos investimentos incentivados (50%), a Lei de Incentivo ao Esporte aparece com 13% (R$ 75.270 milhões). 

Panorama dos investimentos sociais corporativos no esporte

No que se refere a investimentos próprios realizados pelo setor corporativo na área de esportes e lazer, a pesquisa BISC identificou que, em 2019, eram 58% das empresas da Rede que realizavam aportes financeiros destinados ao setor. Já em 2021, com a pandemia, apenas 45% do grupo realizavam investimentos na área. Mesmo assim, como a redução foi pequena, é possível interpretar que haja uma relativa estabilidade no cenário. Entretanto, a redução de membros do grupo direcionando recursos para o setor não foi tão impactante, visto que, em 2019, a Rede investiu cerca de R$84 milhões e, em 2021, o investimento em esporte e lazer foi de mais de R$123 milhões, um salto de 87%.

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