7. Cenário orçamentário do Investimento Social, à luz das ações de enfrentamento à COVID-19
Com o impacto orçamentário que a COVID-19 trouxe ao setor privado, a Rede BISC apresentou duas características de alocação de recursos: (I) recursos disponíveis no orçamento da organização em 2020 realocados de outras iniciativas e (II) recursos adicionais não previstos. Analisando apenas o tipo de iniciativa, pode-se dizer que há certo equilíbrio entre I e II uma vez que cada uma apareceu, enquanto ações, em 50% das empresas, respectivamente. Contudo, o valor monetário presente em I e II é bastante divergente, na medida em 91% do volume total de recursos alocado nas ações de enfrentamento à COVID-19 advém de recursos adicionais não previstos (II), enquanto aqueles que já se encontravam disponíveis e sofreram realocação, correspondem a 4%. Em suma, mesmo que os tipos de ação (realocação de recursos e novos recursos) tenham sido realizados em igual medida, o volume de recursos de cada uma é diametralmente oposto.
8. Perspectivas orçamentárias de 2021
Segundo a Rede BISC, entre 2020 e 2021 há uma estimativa de queda de 59%, se considerarmos o valor de bens e serviços. Se não considerarmos esse valor, a perspectiva de queda cai para 51%. De toda a forma, essa informação revela o papel emergencial dos investimentos sociais privados nas ações de mitigação dos impactos negativos da pandemia e a leitura, pela maior parte da Rede BISC, de que esses recursos foram, de fato, excepcionalmente disponibilizados. Desta forma, a redução sobre o orçamento corrente é a expectativa predominante (90%) da Rede BISC em 2021, sendo que a maioria delas (60%) teve como expectativa uma redução superior a 25%, tendo em vista os orçamentos já compostos e as previsões internas.
Vale observar, separadamente institutos/fundações e empresas na dinâmica 2020-2021. Ainda que ambos tenham tido perspectiva de redução nos orçamentos, nos institutos/fundações a previsão de “redução orçamentária entre 2% e 25%” se pronunciou em 43% das organizações – ao passo que 17% das empresas fizeram o mesmo movimento. Paralelamente, 67% das empresas apresentaram previsão de redução superior a 25% – igualmente, 43% dos institutos/fundações enquadram-se no grupo de reduções mais significativas.
9. O futuro dos investimentos sociais corporativos
Quando questionados sobre as perspectivas para investimento social nos próximos dois anos, a maior parte da Rede BISC mostrou otimismo, ainda que o cenário econômico esteja desfavorável no presente. Assim, 42% espera aumentar os valores investidos atualmente nos próximos dois anos (2022 e 2023).
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