O BISC 2022 marca 14 anos de uma pesquisa que visa apresentar padrões anuais do ISC no Brasil, com uma grande novidade com relação às edições anteriores: um olhar inédito para as diferentes características entre os setores da indústria e de serviços.
Devido à tendência de alinhamento aos negócios e à Agenda ESG, os recortes setoriais passaram a ser ainda mais relevantes para a qualificação da atuação social das empresas da Rede e para a disseminação do tema no país.
A seguir, confira uma lista com os seis principais aprendizado da pesquisa BISC 2022:
1. Investimento social demonstrou resiliência e ficou em patamar mais elevado que os níveis pré-pandemia
As empresas da Rede demonstraram fôlego e resiliência ao manter um alto volume de investimento social corporativo (ISC), aportando R$ 4,1 bilhões no ano. Mesmo que tenha havido uma queda ante o valor aportado de R$ 5,05 bilhões em 2020, o volume de 2021 foi o terceiro maior da série histórica e já considera a retirada de boa parte dos recursos extraordinários de enfrentamento da pandemia aportados em 2020.

Crédito da imagem: Pesquisa BISC 2022
2. Investimento direto das empresas ganha relevância em relação ao montante direcionado pelos institutos e fundações
Como o ISC das empresas foi o que mais cresceu em 2020 com a injeção de recursos extraordinários, naturalmente também registrou queda mais forte em 2021 em comparação aos recursos advindos de institutos e fundações. No entanto, a importância relativa dos recursos financeiros das empresas seguiu aumentando em 2021, atingindo 60% do ISC – maior percentual desde 2015. As empresas mantiveram elevado volume de ISC no ano, registrando um dos maiores níveis da série histórica.
Por sua vez, os institutos e fundações corporativas seguiram tendência relativamente estável, retornando aos patamares pré-pandemia, em linha com sua natureza de maior perenidade orçamentária e menor sensibilidade à conjuntura econômica.
3. Recursos incentivados tiveram destaque
Os incentivos fiscais voltaram com força em 2021, respondendo por 29% do ISC – atingindo quase R$ 1,160 bilhão. Esse é o maior percentual da série histórica do BISC. Os incentivos à cultura seguem responsáveis pela maior fatia dos investimentos incentivados, correspondendo a cerca de 50% desses recursos.
Por sua vez, o ISC com recursos próprios preservou volume relativamente elevado para sua série histórica, mantendo-se acima dos patamares pré-pandemia, a despeito da forte queda em 2021.
4. Desempenho dos grandes setores da economia foi bastante distinto
Ao olhar para o setor da Indústria, é possível perceber um aumento substancial do ISC nos últimos anos, indicando um potencial de crescimento da atuação social do setor. Quando comparado ao setor de Serviços, o investimento da Indústria é mais pulverizado, refletindo a atuação social mais territorializada, o que significa que este setor costuma atuar com foco nas necessidades da região em que ela está inserida.
Já o setor de Serviços, segundo dados do BISC, passou a apresentar uma queda em seus investimentos no pós-pandemia, apesar de ter aportado um valor maior durante a crise. Entretanto, este setor se mostra mais otimista quanto ao investimento social corporativo no futuro quando comparado com o setor de Indústria.
5. O ISC da indústria por áreas sociais segue pulverizado
Com relação ao perfil de investimento social da Indústria, o BISC identificou uma pulverização desses recursos entre diversas áreas sociais. Em 2021, houve atuação destacada em cultura, saúde, infraestrutura e assistência social, mas cada uma delas representando uma pequena fatia do ISC do setor. O ISC na saúde mostrou redução natural devido à trajetória de superação do período mais crítico da pandemia, mas manteve participação relevante.
O setor de Serviços apresenta uma concentração em educação, com foco na recuperação das aprendizagens no pós-pandemia.

Crédito da imagem: Pesquisa BISC 2022
6. As empresas da Rede BISC caminharam na direção de reforçar seu papel financiador
A Rede BISC realiza a condução de seus investimentos sociais de forma muito diversa, havendo parcela relevante que atua no financiamento de projetos de terceiros – como organizações da sociedade civil – e na execução de projetos próprios. Em 2021, os dados revelaram que a atuação direta das empresas da Rede BISC caminhou na direção de reforçar seu papel financiador.
Em linha com a importância do financiamento de projetos de terceiros, a sociedade civil organizada segue tendo atuação relevante na agenda social corporativa. Em 2021, os dados apontaram que o número de organizações privadas sem fins lucrativos envolvidas pelas empresas e institutos/fundações empresariais na realização de seus investimentos sociais foi de 795, abaixo do número registrado em 2020 (2.056) devido à atuação extraordinária na pandemia, mas acima do patamar de 2019 (613). O volume aportado nessas parcerias foi de R$ 283,3 milhões, ou 7% do ISC, percentual abaixo de 2020 (38%) e 2019 (20%). No entanto, nota-se que o número de parcerias e o volume aportado estão subestimados, uma vez que nem todas as empresas forneceram tais informações.
Quer saber mais sobre investimentos sociais corporativos? Assine a Newsletter do BISC e receba todas as novidades!
Sem comentários