Evento abordou como o setor corporativo pode ser mais eficaz e estratégico no enfrentamento a calamidades públicas
Carro passa por área alagada no bairro Nogueira durante forte chuva em Petropolis (RJ), no último dia 22.
Crédito da Imagem: Davi Corrêa – Estadão Conteúdo
Na última quarta (20), a equipe do BISC promoveu um webinário para abordar o papel do investimento social privado (ISC) no enfrentamento aos efeitos das mudanças climáticas. O encontro, que foi realizado de forma on-line, contou com a participação de profissionais de empresas das áreas de sustentabilidade e responsabilidade social, representantes de entidades do terceiro setor, governos e academia.
“Esse webinário teve como objetivo disseminar o conhecimento e experiências que temos obtido por meio da Rede BISC, para aprofundar ainda mais o entendimento de que há uma tendência de ampliação do investimento social das empresas em ações climáticas. E acreditamos que é muito importante trazer os aprendizados que identificamos para uma rede mais ampla”, explicou a Diretora de Investimento Social da Comunitas, Patricia Loyola.
Desafios e oportunidades no investimento social privado
O BISC 2023 mostrou um aumento de 52 pontos percentuais na atuação das empresas no apoio emergencial para eventos climáticos, subindo de 25% para 77% entre 2020 e 2022. Em termos de comparação, o investimento mediano das empresas da Rede BISC foi de cerca de R$ 850 mil, enquanto as empresas dos EUA direcionaram aproximadamente US$ 630 mil (R$ 2,1 milhões, em paridade de poder de compra) para esse fim, de acordo com o Chief Executive for Corporate Purposes (CECP), coalizão internacional com mais de 200 grandes empresas globais que atua para ampliar programas filantrópicos e de responsabilidade social corporativa.
Estratégias corporativas para apoio emergencial diante de eventos climáticos
A Covid-19 destacou a importância do setor privado no enfrentamento a emergências. No contexto das mudanças climáticas, a importância relativa das doações corporativas tende a seguir crescendo diante do aumento da frequência e gravidade de desastres e da necessidade de agilidade na liberação de recursos que muitas vezes os governos e organismos multilaterais não conseguem atender. Assim, os aprendizados da pandemia se mostram muito relevantes na identificação de meios eficazes para a superação dos desafios de um contexto de emergência, muito relacionados a desafios de ordem logística e de articulação das ações.
No webinário, foram destacadas algumas das estratégias que o setor corporativo vem adotando para oferecer uma resposta mais ágil e eficaz de apoio humanitário diante de eventos climáticos extremos. Uma das práticas identificadas, por exemplo, foi a reserva de orçamento específico para esta finalidade, bem como o desenvolvimento e manutenção de relações de confiança com organizações da sociedade civil que atuam na linha de frente. Da mesma forma, foram reconhecidas oportunidades para o setor privado atuar na prevenção e na adaptação dos territórios aos efeitos da mudança do clima.
Impactos econômicos e sociais das mudanças climáticas
A temática das mudanças climáticas evidenciou como nunca sua urgência em 2023, com o atingimento de recordes de temperatura e de ocorrência de eventos climáticos extremos. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, registrou quase 1200 ocorrências de chuvas excessivas, alagamentos e deslizamentos de terra, resultando em 123 mortes, mais de 9 mil feridos, quase 500 mil desalojados e perdas materiais de mais de R$ 5 bilhões, com prejuízos econômicos chegando a cerca de R$ 25 bilhões devido à paralisação das atividades econômicas.
“Essa é a dimensão dos desafios que estamos enfrentando e o quanto os problemas são multifacetados. Porque se nós temos quase meio milhão de desabrigados, temos envolvida uma questão habitacional – que pede uma intervenção específica, seja do privado ou do público. Além disso, temos problemas na área da saúde, já que mais de 9 mil pessoas ficaram feridas devido a esses eventos”, declarou o Coordenador de Projetos BISC, João Morais.
Desafios e oportunidades no investimento social privado
O BISC 2023 mostrou um aumento de 52 pontos percentuais na atuação das empresas no apoio emergencial para eventos climáticos, subindo de 25% para 77% entre 2020 e 2022. Em termos de comparação, o investimento mediano das empresas da Rede BISC foi de cerca de R$ 850 mil, enquanto as empresas dos EUA direcionaram aproximadamente US$ 630 mil (R$ 2,1 milhões, em paridade de poder de compra) para esse fim, de acordo com o Chief Executive for Corporate Purposes (CECP), coalizão internacional com mais de 200 grandes empresas globais que atua para ampliar programas filantrópicos e de responsabilidade social corporativa.
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