Experiências compartilhadas pela Rede BISC destacam a importância da colaboração em rede para enfrentar desafios emergenciais e promover resiliência comunitária
Chuvas de 2023 em São Sebastião, litoral de SP. Crédito da Imagem: Defesa Civil de São Sebastião
Na última quarta (13), a Comunitas reuniu as lideranças sociais das empresas da Rede BISC no 1º Grupo de Debates de 2024. Com o tema de “Apoio emergencial a territórios diante de eventos climáticos extremos”, o encontro teve como objetivo debater de que forma a iniciativa privada, por meio do investimento social corporativo (ISC), está agindo e pode colaborar de forma mais efetiva e estratégica no enfrentamento aos efeitos das mudanças climáticas.
Os Grupos de Debates são espaços de colaboração entre as empresas membros da Rede BISC, promovidos com o objetivo de fomentar uma comunidade de aprendizado e difusão de conhecimento para o compartilhamento de experiências, desafios e soluções entre os profissionais das áreas sociais e do investimento social corporativo, assim como desenvolver articulações e atuação em rede entre os gestores e executivos sociais das empresas.
Para as falas iniciais acerca de suas experiências, foram convidados o Diretor-presidente do Instituto Ultra, Luis Fernando Guggenberger; a Head da B3 Social, Fabiana Prianti; e a Coordenadora de Inovação e Conhecimento do Instituto Votorantim, Natália Cerri.
Desastres climáticos exigem resposta conjunta e eficaz dos setores público e privado
O ano de 2023 serviu como um alerta para a urgência de enfrentar os desafios relacionados às mudanças climáticas. Com recordes de temperatura alcançados em todo o mundo e o aumento da frequência de eventos climáticos extremos, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil relatou ter prestado apoio a 14 milhões de pessoas afetadas, com gastos na ordem de R$ 1,4 bilhão em 2.800 municípios em situação de calamidade. Além disso, seguradoras estimam perdas econômicas próximas a R$ 3 bilhões no país.
A edição 2023 da pesquisa do Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC) revelou um aumento significativo na priorização do tema na agenda de atuação social dos parceiros da Rede BISC, com uma elevação na cobertura para ações emergenciais diante de eventos climáticos que passou de 25% para 77% entre 2020 e 2022.
Em um cenário ainda incerto sobre os impactos oriundos de eventos climáticos extremos, que exigem respostas rápidas e eficazes, e diante dos desafios enfrentados pela gestão pública, torna-se importante a colaboração entre empresas e governos. O grupo de debates buscou identificar experiências bem-sucedidas e boas práticas que possam ser replicadas, bem como determinar os ativos mais importantes do setor privado para garantir a efetividade e a estratégia nas ações humanitárias.
“A Rede BISC tem essa função. Mostrar as experiências exitosas e o que cada empresa tem feito, incluindo experiências nem tão exitosas assim para identificar gargalos e o porquê essas experiências não foram tão bem sucedidas. O nosso objetivo é identificar as variáveis para evoluirmos, até um certo modo, para um protocolo de atuação”, declarou a diretora de Gestão e Investimento Social, Patrícia Loyola.
Visão geral do debate
As experiências compartilhadas ao longo do encontro destacaram a importância da inovação colaborativa para lidar com desafios emergenciais e fortalecer comunidades diante de eventos extremos. As empresas da Rede BISC têm adotado abordagens coordenadas e sistêmicas, colaborando com o setor público e identificando territórios prioritários. Dentre as ações, foram destacadas a importância de atuar com atores da sociedade civil que tenham capilaridade nos territórios e que ofereçam segurança jurídica à empresa e também o papel estratégico da construção de uma estrutura financeira própria para as doações destinadas a situações de emergência.
Para a agenda preventiva, o grupo apresentou práticas como o Índice de Vulnerabilidade Climática dos Municípios (ICVM), bastante eficaz na identificação de territórios mais vulneráveis aos efeitos da mudança do clima. Da mesma forma, foi identificado o forte impacto que o ISC pode ter nos territórios ao atuar junto ao poder público no fortalecimento de suas capacidades estatais, em formas como capacitação e treinamento e captação de recursos.
Os participantes do evento reconheceram o momento presente de desarticulação de ações entre investimento social, sociedade civil e governos e o papel decisivo que o trabalho em rede pode desempenhar em um contexto onde os desastres climáticos tendem a aumentar de frequência e intensidade. A Rede BISC se posiciona para ser este espaço de articulação, visando a qualificação do investimento social corporativo em todas as empresas do país.
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