A Diretora de Investimento Social Corporativo da Comunitas também aborda a crescente importância do ISC como ferramenta estratégica para as empresas contribuírem para a superação dos grandes desafios sociais do Brasil
Crédito da Imagem: Bianca Kida/Rodrigo Meneghello
O investimento social corporativo tem uma importância estratégica na área de sustentabilidade de diversas empresas do país, situando-as no enfrentamento dos grandes desafios sociais do Brasil. Nos últimos anos, também observou-se uma crescente integração do ISC com os negócios, especialmente nas companhias da Rede BISC, refletindo o avanço da agenda ESG e do desenvolvimento sustentável.
Nesse sentido, a pesquisa BISC é fundamental para orientar empresas, institutos e fundações na gestão da responsabilidade social, focando na melhoria da qualidade e do impacto do investimento social corporativo. Por meio de benchmarks e referências nacionais e internacionais, o BISC oferece uma base sólida para a comparação e análise dos indicadores de investimento social, auxiliando as organizações a aprimorarem seus processos de gestão e impacto social.
Em entrevista para a Comunitas, a Diretora de Gestão e Investimento Social da organização, Patricia Loyola, líder experiente no campo, traz sua visão sobre o tema, explorando a crescente relevância do ISC, destacando, também, a importância da mensuração do desempenho do ISC, uma área em que o BISC se destaca ao fornecer dados confiáveis para comparação e tomada de decisão.
Confira a seguir!
1- Qual é a importância do investimento social corporativo e como essa agenda vem se desenvolvendo no país?
O ISC cumpre papel fundamental na estratégia de sustentabilidade das empresas ao posicioná-la no esforço de superação de grandes desafios sociais do Brasil, seja reforçando posição em causas e comunidades materiais ao negócio, seja complementando a atuação social ao alcançar causas, territórios e populações que o negócio em si não consegue endereçar.
Os últimos anos mostram uma tendência de alinhamento das estratégias de ISC ao negócios, padrão já consolidado nas empresas da Rede BISC, acompanhando o avanço da agenda ESG e do desenvolvimento sustentável. Da mesma forma, o ISC busca direção de olhar sistêmico e impactos em escala, levando-o ao alinhamento a políticas públicas e atuação em parceria com a sociedade civil e com outras empresas.
2 – O BISC orienta as empresas e os seus institutos e fundações na gestão da responsabilidade social, com foco na ampliação da qualidade e do impacto do investimento social corporativo. De que forma o BISC faz isso?
Em tudo o que fazem, as empresas buscam medir performance e comparar seus próprios indicadores com o mercado. Porém, dados sobre o ISC, e mesmo sobre ESG, não são fáceis de serem obtidos com a qualidade necessária para balizar a tomada de decisão. A partir da expertise acumulada em quase duas décadas de pesquisa, o BISC proporciona esta capacidade de benchmarking para os indicadores de investimento social ao traçar parâmetros de comparação entre os membros da Rede, a partir de referências nacionais e internacionais.
3 – Sabemos que o campo do ISC ainda enfrenta diversos desafios como falta de padronização nos relatórios e dificuldades em monitoramento e avaliação de projetos. Como o BISC pode ser útil para as organizações estruturarem e aprimorarem seus processos de gestão? Você pode citar exemplos?
Vivenciamos, nos últimos anos, avanços de regulamentação, ratings e metodologias nacionais e internacionais relacionadas à sustentabilidade e ESG. No entanto, existem lacunas e o pilar S do ESG é o que ainda apresenta a cobertura mais ineficaz por indicadores. Esta é uma agenda importante e que impulsionamos fortemente.
Um dos eixos de atuação do BISC é de incidência com atores estratégicos que, nesse caso, utilizamos intensamente com a pretensão de recomendar um padrão mínimo de reporte, que permita a efetiva comparabilidade entre empresas e gere evidências para o avanço da agenda de atuação social empresarial no país.
Outro eixo de geração de valor pelo BISC é através do próprio questionário da pesquisa, que é uma ferramenta de gestão do conhecimento e de construção de planos de monitoramento de indicadores do ISC, valor que o BISC também gera ao conduzir análises personalizadas dos dados para cada empresa parceira.
3 – O BISC é muito mais que uma pesquisa. Ele é uma rede que fortalece as organizações em suas práticas de investimento social corporativo. Como os encontros articulados pelo BISC com sua rede de membros funciona?
A Rede BISC é um espaço de colaboração entre lideranças sociais do setor privado que fomenta diálogos e conexões entre pares para troca de experiência, identificação de melhores práticas e implementação de soluções. Nossos encontros são pautados pelas próprias lideranças, a partir do interesse por compartilhar uma solução ou do interesse por endereçar um desafio vivido internamente.
O papel do BISC é identificar essas demandas e potencializar esse “matching” ao oferecer espaço para conexões estratégicas, desdobrando no estabelecimento de novos intercâmbios e parcerias dentro da Rede. Os encontros ocorrem pelo menos uma vez por trimestre, mas o BISC também fomenta encontros menores de acordo com a demanda.
4 – Quais foram as principais tendências identificadas pela última pesquisa BISC?
Alguns dos destaques observados foram:
- Alinhamento ao negócio aparece como agenda consolidada, ainda que ainda não tenha clareza acerca de seus significados e implicações;
- Parcerias seguem fortalecidas por apresentarem caminho importante para a potencialização do impacto do ISC como no caso do alinhamento à política pública, que visa o ganho de escala e efeitos de longo prazo;
- Tendência a uma atuação híbrida do ISC entre apoio direto nas comunidades de interesse e alinhamento a agendas estruturantes e políticas públicas;
- Há apetite do ISC em ampliar sua participação no ecossistema de impacto, desde que o risco seja reduzido mediante avanço regulatório e segurança jurídica;
- Ampliação do ISC na agenda racial e climática
5 – Quais são os próximos passos do BISC?
Nosso foco está em qualificar os espaços de troca entre os parceiros continuamente, consolidar os serviços de assessoria técnica a partir da incorporação de novas fontes de dados providas pelo mercado, incidir na agenda de parametrização de indicadores S com atores estratégicos e qualificar posição no debate em fóruns ESG e de Sustentabilidade para propagar o papel do ISC e seu potencial de contribuição para a agenda corporativa de impacto positivo.
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