Em evento de lançamento da 17ª edição do BISC, Comunitas promove debate sobre os desafios das emergências climáticas

Durante o encontro, especialistas convidados discutiram como o investimento social corporativo pode fortalecer a resposta às crises climáticas e promover a resiliência em municípios brasileiros

Crédito da Imagem: Aline Mendes/Vitor Tuão

Na manhã desta terça-feira (26), a Comunitas realizou o lançamento físico da publicação “Guia para o Enfrentamento às Emergências Climáticas: Estratégias de Colaboração Pública e Privada”. Na ocasião, também foram apresentados os principais resultados da 17ª edição da pesquisa BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo), que atualiza o panorama detalhado sobre o tema no Brasil.

Clique aqui e baixe gratuitamente o BISC 2024

O evento, que contou com a  presença de cerca de 60 pessoas, entre lideranças empresariais de responsabilidade social, lideranças públicas e de organizações do terceiro setor, foi dividido em dois momentos. O primeiro abordou o cenário do investimento social no país, destacando dados como a evolução do investimento social corporativo, suas fontes de financiamento, os setores econômicos envolvidos e a distribuição desses investimentos por diferentes áreas sociais.

Saiba mais: Evento de lançamento do BISC 2024 apresenta o cenário e perspectivas do ISC no Brasil

Na sequência, foi realizado um painel com lideranças públicas e privadas do setor de responsabilidade social corporativa que debateram oportunidades de colaboração entre os setores público e privado para enfrentar os desafios climáticos. O debate tomou como base o Guia, elaborado pela Comunitas em parceria com o Climate Hub do Columbia Global Center Rio de Janeiro.

A publicação reúne dados, experiências práticas e insights de lideranças públicas e privadas, apresentando modelos colaborativos e soluções inovadoras para reduzir vulnerabilidades, mitigar riscos e preparar comunidades para os impactos das mudanças climáticas. Parte das descobertas do Guia foram construídas a partir de dados coletados no questionário da Pesquisa BISC, sendo também incorporadas em seu relatório final, ampliando as reflexões sobre o tema.

O debate foi moderado pela Diretora de Gestão e Investimento Social da Comunitas, Patricia Loyola, e contou com a participação do Secretário de Estado Adjunto da Reconstrução Gaúcha (RS), Gabriel Fajardo; do Chefe-executivo de Resiliência e Operações do Município do Rio de Janeiro (RJ), Marcus Belchior; da Head da B3 Social, Fabiana Prianti; da Gerente de Gestão de Programas do Instituto Votorantim, Ana Paula Bonimani; e da Gerente do Instituto Itaúsa, Natália Cerri.

Painel: Enfrentamento às Emergências Climáticas: Estratégias de Colaboração Pública e Privada

O debate promoveu uma série de discussões importantes sobre a gestão pública e a resposta a emergências climáticas, com a participação de especialistas que compartilharam suas experiências e desafios. Um dos tópicos abordados foi a governança na alocação de recursos emergenciais, com foco nos problemas causados pela falta de planejamento adequado e instrumentos para parcerias estruturadas. 

Ao longo do debate, foi destacada a dificuldade em manter a continuidade administrativa e o comprometimento durante a fase de reconstrução, o que pode prejudicar a eficácia dos investimentos e desestimular a participação do setor privado. O caso do Rio Grande do Sul reforçara a necessidade de uma governança sólida, com marcos normativos claros e indicadores de impacto para garantir a utilização eficiente dos recursos.

“A descontinuidade entre administrações públicas em diferentes níveis – municipal, estadual e federal – compromete a eficácia dos investimentos e enfraquece a confiança do setor privado, que precisa de clareza e previsibilidade para direcionar recursos a projetos de impacto”, destacou Fajardo.

Outro tema relevante foi a resposta emergencial e a resiliência educacional em contextos de crise. A necessidade de ampliar as ações para além de iniciativas como a distribuição de cestas básicas foi salientada, com exemplos de apoio a comunidades afetadas, incluindo a entrega de eletrodomésticos para ajudar no restabelecimento das famílias. A importância de garantir a resiliência educacional foi enfatizada, com a implementação de campanhas e parcerias que asseguram a continuidade do aprendizado, mesmo em tempos de adversidade.

Nesse sentido, Fabiana Prianti destacou o impacto profundo que crises como essas geram na educação, com consequências amplas e duradouras.. “Escolas são afetadas, crianças ficam fora das salas de aula e isso compromete o aprendizado, gerando atrasos significativos. A pandemia já nos mostrou as consequências desse cenário, como o aumento da evasão escolar e os impactos na economia das famílias, muitas vezes forçadas a colocar crianças e jovens no mercado de trabalho, o que agrava questões como o trabalho infantil”, declarou ela.

Crédito da Imagem: Aline Mendes/Vitor Tuão

A gestão urbana frente às transformações climáticas também foi um tema central, com destaque para a criação de estruturas públicas, a exemplo do Centro de Operações e Resiliência do Rio de Janeiro (COR) que, após eventos climáticos extremos que atingiram a cidade em 2010, passaram a integrar dados e ciência em seus processos decisórios

Além disso, foram discutidos projetos voltados para a construção de infraestruturas resilientes, como piscinões e sistemas de alerta em áreas de risco, que exemplificam a adaptação urbana às mudanças climáticas. Destacou-se, ainda, a importância de adotar indicadores de resiliência e de participar de iniciativas globais para fortalecer a capacidade local de adaptação.

Marcus Belchior explicou a importância do COR na formulação de políticas públicas em diversas áreas, como infraestrutura, educação e saúde. “Recentemente, por exemplo, foi criado um comitê de protocolos de calor para enfrentar cenários climáticos extremos. Esse comitê, composto por diferentes secretarias e baseado em ciência, desenvolveu protocolos de adaptação e restrição para minimizar os impactos do estresse térmico na população”, contou ele.

Levando em consideração que nem todas as cidades brasileiras têm a mesma capacidade de atuar no enfrentamento às emergências climáticas, o debate trouxe iniciativas voltadas para pequenos municípios, com programas que ampliam a capacidade de resposta local às tais crises

Entre as iniciativas, pode-se destacar a Ação Climática do Instituto Votorantim, programa que reúne ferramentas e estratégias para apoiar municípios no enfrentamento aos desafios climáticos. A iniciativa inclui o Índice de Vulnerabilidade Climática dos Municípios (IVCM), que avalia a exposição de cada localidade a riscos como alagamentos, deslizamentos, secas e queimadas, oferecendo dados para fortalecer a resiliência, especialmente em municípios de menor porte. 

Complementando o índice, o programa disponibiliza gratuitamente um Checklist de Preparação para Crise Climática, que orienta gestões municipais na identificação de rotas de ação em áreas como governança, integração da agenda climática e gestão de riscos de desastres. Além disso, a Ação Climática implementa mentorias estruturantes, como a AGP Ação Climática, um programa de médio prazo voltado ao fortalecimento institucional e à capacitação de servidores públicos para a adaptação climática e a construção de resiliência nos territórios.

“Esses esforços foram fundamentais, pois municípios pequenos enfrentam maiores dificuldades de acesso a recursos, informações e capacitação”, explicou Ana Paula.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          Por fim, foi destacada a importância de fortalecer a adaptação às mudanças climáticas por meio de pesquisas, projetos e parcerias voltadas para a resposta a eventos extremos e a construção de um futuro sustentável. Para isso, é essencial uma abordagem integrada entre empresas, governos, sociedade civil e academia. “No Instituto Itaúsa, temos trabalhado intensamente em temas de adaptação e resiliência. Estamos desenvolvendo iniciativas em transição dos sistemas urbanos. Estamos criando pesquisas, protocolos e materiais para fomentar a resiliência urbana”, explicou Natália Cerri.

Nesse contexto, o Instituto Itaúsa tem investido em iniciativas como o apoio a brigadas voluntárias de combate a incêndios, o desenvolvimento de ferramentas para avaliar a vulnerabilidade de municípios e a promoção de práticas sustentáveis nas empresas de seu portfólio. 

A chave para um futuro mais resiliente está na colaboração. Baixe o “Guia para o Enfrentamento às Emergências Climáticas: Estratégias de Colaboração Pública e Privada” agora mesmo!

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação / 5. Número de votos:

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Lamentamos que este post não tenha sido útil para você!

Vamos melhorar este post!

Diga-nos, como podemos melhorar este post?

Sem comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Newsletter

Insira seu e-mail e receba conteúdo sobre o campo do investimento social corporativo!

Nossas redes

_

A COMUNITAS

A Comunitas é uma organização da sociedade civil especializada em modelar e implementar parcerias sustentáveis entre os setores público e privado, gerando maior impacto do investimento social, com foco na melhoria dos serviços públicos e, consequentemente, da vida da população.

Exceto onde indicado de outra forma, todos os conteúdos disponibilizados neste website estão licenciados com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional

Copyright 2025. All Rights Reserved.

Desenvolvido por MySystem