Descubra que estratégias estão sendo implementadas pelas empresas para maximizar o impacto dos investimentos sociais incentivados
Crédito da Imagem: The Fintech Times
Em um cenário onde o investimento social se torna cada vez mais estratégico para as empresas, as leis de incentivo fiscal surgem como ferramentas essenciais para canalizar recursos para projetos que gerem impacto positivo na sociedade. Tais mecanismos legais permitem que as organizações direcionem uma parte de seus impostos devidos para iniciativas de bem-estar social, potencializando o alcance e a eficácia de suas ações em prol da sociedade.
Os dados do BISC, coletados anualmente pela Comunitas desde 2008 com o objetivo de identificar padrões e tendências do investimento social corporativo (ISC) no Brasil, apontam que 24% dos projetos sociais apoiados pelas empresas foram financiados por meio de recursos incentivados em média. Mais do que isso, sabe-se que muitas empresas, inclusive que investem grande volume de investimento social, operam suas carteiras sociais com participação majoritária de recursos oriundos de leis de incentivo. Portanto, trata-se de uma agenda com bastante demanda por informação e que gera muitos debates e questionamentos entre investidores sociais das companhias, como o Grupo de Debates organizado pelo BISC junto à sua rede no último mês de junho.
A seguir, destacamos 5 estratégias identificadas pelo BISC para que as empresas possam aprimorar o uso dos incentivos fiscais e qualificar seu impacto positivo:
Confira!
1 – Fortaleça o ecossistema de impacto social
Uma alavanca comum às empresas que atuam no fortalecimento do ecossistema de impacto social é a capacitação das Organizações de Sociedade Civil (OSCs) investidas ou que submetem projetos para financiamento, fortalecendo-as para atender às exigências de compliance e diversificar suas fontes de financiamento, reduzindo sua dependência de poucas ou de uma única empresa.
Outro eixo estratégico para fortalecer o ecossistema é o desenvolvimento e capacitação de fundos gestores municipais que operam recursos destinados à Criança e Adolescência e também ao Idoso, uma estratégia crucial para empresas que atuam em territórios distantes dos grandes centros urbanos e querem fortalecer políticas públicas locais.
Fortalecer o ecossistema também significa influenciar a cadeia de valor da empresa, incentivando fornecedores, funcionários, clientes e outras empresas a realizarem investimentos sociais e a utilizarem o potencial dedutivo do imposto de renda para gerar impacto social positivo.
2 – Alinhe a governança e a estrutura interna de gestão dos investimentos sociais
Uma governança sólida garante que os recursos sejam aplicados de maneira eficiente e transparente, alinhando-se com as melhores práticas de gestão e conformidade. Ao fortalecer os processos internos e adotar uma abordagem estratégica, as empresas podem maximizar o impacto dos recursos incentivados, contribuindo para projetos de alto valor social e econômico.
Pouco mais da metade das empresas da Rede BISC revelou que as equipes de comunicação e/ou marketing gerenciam até 10% dos recursos incentivados, revelando a forte orientação destes recursos ao impacto social entre as empresas da Rede. Da mesma forma, 64% da Rede BISC afirmaram que a empresa aloca investimentos sociais com recursos próprios e incentivados para as mesmas comunidades, indicando integração na gestão dos recursos.
3 – Atue em projetos que estejam alinhados à estratégia de negócios da empresa
Cada vez mais, se fala da importância de uma agenda de investimento social estratégica e conectada à estratégia de negócios da empresa. Os recursos incentivados representam uma oportunidade para que empresas destinem seus impostos devidos a projetos sociais focalizados nas localidades onde as empresas operam ou nas suas temáticas e causas materiais, reforçando a ligação entre investimento social e negócios.
Projetos sociais alinhados com a estratégia de negócios tendem a receber mais atenção e suporte da alta liderança, proporcionando maior priorização e recursos e potencializando o impacto positivo gerado.
4 – Promova a distribuição equitativa dos recursos
A democratização dos recursos pode ampliar o impacto social dos investimentos corporativos. Quando os incentivos fiscais são distribuídos de maneira mais equitativa, há uma maior diversidade de projetos atendidos, o que pode resultar em soluções inovadoras e eficazes para os problemas sociais enfrentados por essas comunidades.
Além disso, ao focar em áreas e populações menos assistidas, as empresas conseguem construir um legado duradouro de impacto social positivo. Essa estratégia não apenas melhora a qualidade de vida dos beneficiários diretos, mas também fortalece o ecossistema local, capacitando as organizações da sociedade civil a desenvolverem projetos mais robustos e sustentáveis. Isso, por sua vez, pode inspirar políticas públicas que continuem a promover a equidade e a justiça social, mesmo após a retirada dos investimentos do setor corporativo.
5 – Padronize processos de seleção e indicadores de monitoramento e avaliação
A utilização de instrumentos e procedimentos padronizados simplifica os processos, permitindo uma avaliação mais eficaz e consistente dos projetos apoiados, assegurando que o orçamento do investimento social seja alocado de fato nas iniciativas de impacto social, reduzindo o custo de transação e aumentando a eficiência e a eficácia dos recursos destinados.
A padronização também facilita a prestação de contas por parte das OSCs investidas, reduzindo a complexidade dos procedimentos e promovendo maior transparência. Parâmetros mais uniformes possibilitam acompanhar e medir de forma mais consistente o desempenho e o impacto dos projetos, assim como promove uma comunicação mais clara e objetiva entre a empresa e seus stakeholders.
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