Esta semana comemora-se o Dia Nacional da Saúde. A data, que foi introduzida no calendário nacional por meio da Lei nº 5.352/1.967, tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância da educação sanitária e a ter um estilo de vida mais saudável.

A Saúde é um bem inestimável e a Constituição brasileira garante o acesso irrestrito e gratuito de toda a população a médicos, hospitais e unidades básicas de saúde (UBSs). Entretanto, apesar de o Estado arcar com os principais investimentos e custos em Saúde, o investimento feito pelo setor privado na área tem se mostrado de suma importância para o desenvolvimento do setor. 

Durante a pandemia, por exemplo, os investimentos sociais privados na área da Saúde tiveram um aporte de mais de R$ 2 bilhões. Continue lendo esse artigo para entender a evolução do investimento social corporativo na Saúde.

Foto de duas mãos envolvendo um bonequinho vermelho.

A importância da Saúde para o desenvolvimento da sociedade

Primeiramente, é necessário entender que a Saúde, quando aplicada de forma coletiva, concentra-se principalmente no conceito de prevenção. O objetivo primário é focar em pesquisas, desenvolvimento de políticas públicas e realização de projetos voltados para a prevenção de doenças. 

A máxima “é melhor prevenir do que remediar” se aplica muito bem às questões de Saúde coletiva no país e foi fundamental para a segurança da população durante a pandemia. Assim, a Saúde coletiva foca na segurança da população e, por consequência, na manutenção de atividades econômicas ao evitar o surgimento de novas endemias, epidemias, surtos e pandemias. 

Por meio do SUS e do Programa Nacional de Imunização (PNI), por exemplo, o Brasil se tornou o país com o maior número de pessoas vacinadas contra diversas enfermidades, eliminando-as completamente do país e se tornando modelo no mundo todo. Com relação ao coronavírus, a profunda vascularização do PNI permitiu a vacinação de mais de 80% da população. Ao todo, foram aplicadas 465 milhões de doses, que beneficiaram 170 milhões de pessoas, de acordo com o Our World in Data.

Investimentos sociais na área da Saúde

De acordo com o Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC), pesquisa realizada anualmente pela Comunitas com o objetivo de orientar as empresas e/ou os seus institutos e fundações na gestão da responsabilidade social, os aportes realizados por empresas e/ou seus institutos e fundações estavam na faixa de R$ 50 milhões (valores corrigidos pela inflação) entre 2017 e 2018. Já em 2019, foi apontado um aumento de 66%, chegando a quase R$ 100 milhões. 

Gráfico sobre a evolução dos investimentos sociais corporativos na educação, cultura e saúde.

Cenário da pandemia

Entretanto, em 2020, com o surgimento da crise sanitária, houve um salto que, embora não fosse inesperado, surpreendeu pelo volume dos investimentos sociais corporativos (ISCs) em  Saúde. A temática pulou para o topo da lista de prioridades das empresas, seus institutos e fundações da Rede BISC. A área da Saúde congregou o maior volume de recursos, apresentando um crescimento de 41 pontos percentuais em relação a 2019. Ainda assim, vale observar que a área de educação, historicamente primeira colocada no ranking de prioridades, manteve o volume de recursos tradicionalmente recebidos. O que ocorreu foi a alocação, sem precedentes, de investimentos na área de Saúde, fruto da urgência pandêmica. 

A grave crise sanitária impulsionou a Rede BISC a aportar em 2020  R$ 5,05 bilhões – praticamente o dobro em relação a 2019. Deste montante, 47% foram alocados exclusivamente em ações de enfrentamento à Covid-19, sendo  R$ 2.161 bilhões (valores também corrigidos pela inflação) apenas na área da Saúde, montante 22 vezes maior que o ano anterior.

A última edição da pesquisa BISC apontou que, devido à pandemia, muitas iniciativas foram desenvolvidas em áreas que não são, historicamente, prioridade ao investimento social corporativo – e dentre as áreas de atuação mais impactadas com a introdução de novas iniciativas estão Saúde (92%), a Segurança Alimentar da população (58%), e Comunicação (75%). Esta última foi operacionalizada em campanhas capazes de promover conscientização junto à população em geral e, particularmente, em comunidades onde os negócios incidem, sobre os efeitos do coronavírus, práticas de mitigação etc. Em suma, novas ações foram desenvolvidas em áreas emergentes e prioritárias para a manutenção da vida das populações.

Qual é o panorama do ISC na área da Saúde atualmente?

Graças à vacinação em massa, o cenário pandêmico que atingiu o país nos anos de 2020 e meados de 2021 deu lugar a um certo retorno à antiga normalidade. Portanto, também não surpreende que o volume dos ISCs na área da Saúde, em 2021, tenha sofrido uma redução com relação aos aportes financeiros realizados em 2020. 

De acordo com Patrícia Loyola, diretora de Gestão e Investimento Social da Comunitas, que antecipa dados que constarão na edição BISC 2022, a redução do volume de ISCs aportados na Saúde pela Rede já era esperada. “Porém, eu destaco positivamente que os níveis de investimento no ano passado foram praticamente o triplo dos patamares praticados até 2019, que a relevância do setor de Saúde no Investimento Social se manteve também em níveis bem mais altos que antes (8% em 2021 ante 3% em 2018 e 4% em 2019) e que quase todos os membros da Rede BISC aportaram recursos na Saúde em 2021. Tal movimento será acompanhado em futuras edições da pesquisa, mas pode sinalizar uma mudança estrutural no segmento, ou seja, que os investimentos feitos pela pandemia, de algum modo, deixarão um legado de ter aumentado a relevância e os aportes de recursos para a Saúde”.

Legados da pandemia para a Saúde

A pandemia da Covid-19 trouxe diversos desafios, que resultaram em múltiplos aprendizados. A crise deixou evidente que é preciso investir mais em Saúde pública e em saneamento básico, e que o sistema de Saúde fragilizado não é interessante para o desenvolvimento do país. Ensinou também que sair da crise requer solidariedade e união. Assim, foi de extrema importância a realização de ações coordenadas de apoio às comunidades mais vulneráveis. 

Assim, uma das ações desenvolvidas por empresas e/ou seus institutos e fundações foi a doação de EPI’s e equipamentos para hospitais públicos. Portanto, os respiradores que foram doados ao SUS durante a pandemia permanecerão à disposição da população, assim como a nova Fábrica de Vacinas do Butantan, que contou com a colaboração de 75 empresas para a obra civil e compra de maquinários, servirá para que o Brasil tenha uma resposta mais rápida na produção de vacinas em caso de novas epidemias. Tanto a doação de equipamentos hospitalares como a mobilização para a construção da Fábrica de Vacinas contaram com o apoio da Comunitas. 

Quer saber mais sobre os investimentos sociais corporativos no Brasil? Acesse o relatório completo do BISC 2021!

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