1. Investimentos sociais da Rede BISC mantiveram níveis elevados
O volume de investimentos sociais corporativos em 2021 mostrou resiliência em patamares elevados, após nível recorde em 2020. A soma dos recursos aplicados pelas organizações da Rede BISC foi de R$ 4,1 bilhões, queda de 27% em termos reais ante o ano anterior, mesmo após um movimento de retirada de recursos extraordinários que vinham sendo aplicados no enfrentamento à COVID-19. Considerando a série histórica ajustada pela inflação, o volume de investimentos sociais de 2021 foi o terceiro maior desde que o BISC passou a monitorar o setor.
2. Recursos das empresas segue ampliando sua relevância
Como o ISC das empresas foi o que mais se impulsionou em 2020 com a injeção de recursos extraordinários, naturalmente também registrou queda mais forte em 2021 em comparação aos recursos advindos de institutos e fundações. No entanto, a importância relativa dos recursos financeiros das empresas seguiu aumentando em 2021, atingindo 60% do ISC – maior percentual desde 2015. As empresas mantiveram elevado volume de ISC no ano, registrando um dos maiores níveis da série histórica. Por sua vez, os institutos e fundações corporativas seguiram tendência relativamente estável, retornando aos patamares pré-pandemia, em linha com sua natureza de maior perenidade orçamentária e menor sensibilidade à conjuntura econômica.
3. Maioria das organizações tiveram queda do ISC, embora mais branda que o esperado
Metade dos respondentes da pesquisa BISC tiveram redução no ISC superior a 25% em 2021, devolvendo a forte elevação de 2020. No entanto, a queda do ISC foi pequena frente ao forte aumento do ano anterior e também foi mais branda que a expectativa dos próprios membros da Rede BISC. Entre aqueles que esperavam redução, houve ligeira surpresa positiva em direção a uma queda menor. Também houve surpresa positiva entre aqueles que tiveram aumento de ISC, cujo realizado se mostrou superior à expectativa.
4. Percentual do ISC sobre o Lucro Bruto mostrou redução, mas se manteve acima dos níveis de 2019
Os indicadores de desempenho do investimento social frente a variáveis financeiras das empresas mostraram, em 2021, natural devolução do aumento registrado em 2020, quando o ISC subiu muito mais que a receita e o lucro das companhias. A despeito da queda em 2021, os percentuais do ISC em relação a variáveis financeiras se mantiveram acima dos níveis de 2019, especialmente em relação ao Lucro Bruto, revelando o aumento da importância relativa do investimento social na agenda corporativa. A forte redução da mediana do ISC em relação ao lucro líquido decorreu do forte crescimento dessa métrica nas empresas.
5. ISC como percentual do lucro bruto encurtou a distância em relação ao benchmarking dos EUA
Como percentual do lucro bruto, o investimento social da rede BISC se mantém em níveis relativamente baixos, mesmo para o padrão de sua série histórica. No comparativo internacional, o ISC no Brasil tende a se manter abaixo e mais volátil em relação ao benchmarking dos EUA (CECP), em linha com o processo de desenvolvimento e consolidação do ISC no país e com as instabilidades da economia brasileira. Porém, em 2021, observou-se redução dessa distância, a mais baixa desde 2017. Esse indicador revela a importância relativa das contribuições sociais na agenda corporativa, além de permitir comparabilidade e ser aceito internacionalmente pela academia, pelas áreas sociais das empresas e pela sociedade civil.
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